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domingo, 29 de março de 2015

AS 15 MELHORES ROTAS DOS USA - 16

BLUE RIDGE PARKWAY, A MELHOR ENTRE AS MELHORES.

Staunton (VA) - Galax (VA) - 16 agosto 2014

A Blue Ridge Parkway aparece como a melhor estrada para motocicletas no "ranking" da AMA (American Motorcycle Association). Só conheci esse "ranking" recentemente mas a Blue Ridge conheço desde 2011 quando aluguei uma Electra na HD de Staunton e fiz o Tail of the Dragon pela primeira vez. Engraçado que eu nunca ouvira falar nela e, na ocasião,  iria pela I-81 normalmente. Por acaso conheci uma senhora bem idosa que me falou maravilhas sobre a estrada mas que, segundo ela, tinha apenas um problema:  era a preferida dos motociclistas....Ela não sabia que eu era metido a motociclista e fiquei calado, já que ela me deu um mapa e um livreto com todas as informações sobre a estrada. Foi amor à primeira vista, de lá para cá já percorri a Blue Ridge em toda a sua extensão (460 milhas de Wynesboro  a Cherokee) umas 3 vezes nos dois sentidos. E não me canso de faze-lo pois quem a construiu deve ter sido motociclista. A preocupação com a preservação do meio-ambiente (já naquela época - década de 10) ajudou no traçado sinuoso da estrada visto que ela acompanha as dobras, subidas e descidas das montanhas Blue Ridge (que fazem parte das Appalachians) ao invés de túneis escavados na rocha, pontes, aterros e viadutos na tentativa de retificá-la. Esses recursos são  utilizados da forma menos agressiva possível e isso, além de tornar a estrada mais "natural", resulta em curvas que fazem a alegria dos motoqueiros. Porém isso não é tudo, ela integra o Parque Nacional  Shenandoah ao Great Smoky Mountains, isso permite que você rode o tempo inteiro dentro de uma floresta nativa, com sua fauna preservada, flores silvestres, sem nenhum comercio em toda sua extensão, com exceção de um restaurante e 2 lojas de souvenir, além de ser vedada a veículos comerciais (ônibus e caminhões).
Acordei cedo, fazia frio porém o sol estava começando a cumprir sua missão. Céu de brigadeiro, hotel sem breakfast,  tralha colocada na moto  e parti em busca da entrada da Blue Ridge que conheço tão bem (I-64 Exit 99). Um pouco antes da entrada parei para comer alguma coisa e vejo no estacionamento um Triumph "Jacaré" imaculadamente novo.




Parei a moto e comecei a bater papo com o gringo e ele me disse que estava aguardando outros carros pois fariam um mini-rallye apenas com carros ingleses. Para fazer hora fui abastecer a Helô,  quando encosto na bomba me deparo com um Hot-Rod Ford 1931 amarelo. Uma coisa linda, o dono era um senhor (mas bem senhor mesmo) que na hora de ir embora fez questão de acelerar o V-Oitão e me matar de inveja. 




Voltei para os ingleses , após abastecer e comer umas besteiras, e lá estavam Jaguares, MG, Lotus Elan (com volante na direita) e Triumphs.








Todos muito bem restaurados e originais. Não esperei a largada pois tinha que tratar da minha vida, afinal o plano de vôo era fazer 220 milhas pela Blue Ridge até Galax. Se você for pela I-81 pode fazer em quase a metade do tempo pois a velocidade máxima permitida é de 65 e 70 milhas enquanto na Blue Ridge é de 45 (milhas), isso sem contar que as paradas são muito mais frequentes, tanto para fotos como simplesmente curtir um local que nos encante (e são muitos). 
No meu caso nem titubeei, fui de Blue Ridge sem pestanejar.


Entrei na estrada, temperatura que permitia pilotar de casaco, proa da Helô na direção Sul e lá fomos nós. Visualizada a primeira curva para a esquerda  em aclive, redução de marcha  com o "clank" característico de moto de macho, rotação do motor elevada ao nível adequado, um leve balanço chamando a Helô para bailar e ela, como sempre, jamais recusando um passo mais ousado. E assim, olhando o ponto de entrada, procurando o de tangência e adivinhando o de saída, formamos o desenho da curva. Um toque sutil na manopla esquerda da barra de direção desperta o milagre do contra-esterço e tudo acontece: a Helô inclina-se graciosamente contornando a curva levando todos a pensar:  "- Oh céus, como aquele velhote pilota bem !". Inocentes...sabem de nada !

Não sou o dono da verdade nem fechado a novas descobertas, continuarei buscando outras estradas, pesquisando e ouvindo opiniões. Quem sabe eu descubra outra que também mereça o título de  "America's Favorite Drive", enquanto isso vou saboreando a "minha"  Blue. 









Hoje foi o dia dos carros. Parei em Roanoke para abastecer e quando sai da loja de conveniência tinha um Camaro antigo, lindíssimo e todo mexido. Um baita de um buracão no capô com as bocas dos carburadores aparecendo.

Fiquei procurando quem era o dono mas só tinham dois caipiras mal-enjambrados e uma baixinha gorducha.  Era a gorducha a dona do carro, pedi para fazer as fotos e ela muito simpática mandou um dos red-necks abrir o capô.




Agradeci, ela saiu vagarosamente, fez o retorno e quando colocou o carro na pista certa, acelerou fundo e parecia que tinham aberto os portões do inferno. O carro levantou a frente, afundou a traseira e saiu urrando como um leão sendo emasculado. PQP. Uma gorduchinha de nada !!!!!!


sábado, 28 de março de 2015

AS 15 MELHORES ROTAS DOS USA - 15

EM BUSCA DAS RESTANTES “MELHORES ROTAS”

Chicago (IL) – Indianapolis (IN)

10 e 11 agosto 2014


Após a partida dos amigos do Comichão de Brasília, no dia 9 de agosto, aboletei-me em um hotel de Chicago e no dia seguinte, 10 de agosto,   resolvi continuar a viagem em direção à Florida cruzando as rotas que me faltavam para fechar as “15 melhores”.  Parti em direção a Indianapolis  mas não cheguei a rodar muito, logo na saída notei a Helô sambando mais do que o normal. 
Parei para calibrar os pneus e só então lembrei-me que troquei-os no início da viagem. Depois disso já rodamos 11.000 milhas (mais de 17.000 Km) e os Dunlop não aguentam mais do que isso. Prossegui assim mesmo e cheguei a Indianapolis debaixo de um dilúvio que o bom senso recomendava a busca de um hotel. 

Banho quente, uma bela noite de sono e hoje vamos resolver o problema do pneu. Encontrei uma loja com preços razoáveis e  troquei apenas o pneu traseiro, o que consumiu toda a manhã, pois tinham outros clientes na fila. Quando sai para "lixar" o pneu a danada da chuva começou novamente. Pneus novos e chuva não é uma boa combinação, além do mais precisava fazer umas compras, por isso resolvi ficar mais um dia em Indianapolis. Amanhã resolvo o lance de lixar o pneu e começo a entrar no ritmo normal após as emoções da despedida da galera, alias um parênteses, não sei o que seria de mim sem a companhia do meu velho companheiro Jack Daniel’s, fecha parênteses.

Não tenho fotos novas para postar, a bateria pifou e tenho de comprar outra, prometo muitas fotos amanhã. a Para amenizar aí vai um vídeo de 2011 de minha primeira ida ao Tail of the Dragon com uma HD Ultra alugada na Virginia. Se a pilotagem é bastante cuidadosa e conservadora (a moto era alugada) a trilha sonora merece ser curtida. 




UMA LOUCURA CHAMADA "HEART OF OHIO ANTIQUE CENTER".

Indianapolis (IN) - Hilliard (OH)

12 agosto 2014

Hoje sai de Indianapolis (IN) com destino a Hilliard (OH). Com isso emplacamos o 25o. estado até o momento. Na parada para abastecimento aproveitei para almoçar e segui em frente logo em seguida. O problema foi um sono que ameaçava se apoderar de mim. Por isso resolvi parar e tirar uma soneca. Vi um galpão com um estacionamento enorme na frente e não conversei, fui direto para lá mas ao estacionar a moto a curiosidade foi maior, ainda que eu evite museus e antiquários por motivos óbvios (a entrada é sempre muito fácil mas na hora da saída costuma dar problema quando me confundem com um dos acervos querendo fugir). Desagradável isto. Quando abri a porta tomei um susto, a goiaba era um tremendo de um Mall com mais de 400 boxes (vim saber depois), caprichosamente decorado e onde você encontra tudo em termos de antiguidades.







Fiquei emocionado ao descobrir brinquedos que foram sonhos de minha infância. Claro que jamais os tive mas namorava-os nas vitrines da Mesbla e da Sears. 





Relógios de todos os tipos, jóias, ferramentas, armas, roupas, moveis trabalhados à mão, militaria, toca discos, rádios à válvulas, máquinas de refrigerantes, moedas, selos, uma coisa muito maluca mesmo. 







São mais de 40.000 m2 além de uma área para exposição externa de obras de artes onde realizam leilões. É considerado o maior e melhor Mall de antiguidades da América. 




Fiz um monte de fotos e aproveitei um momento de distração dos seguranças e esgueirei-me para fora, montei na Helô e dei linha na pipa. Já tinha gente perguntando o preço da múmia fantasiada de motoqueiro.


UM DIA TRISTE PARA OS BRASILEIROS.

Hilliard (OH) - Youngstown (OH) - 13 agosto 2014

Temperatura a 21 gráus às 12 horas, um solzinho tranquilo, bem agasalhado, incluindo o cachecol do Barão Vermelho e seria só festa não fosse a notícia vinda do Brasil. Muito triste qualquer que fosse a pessoa mas o impacto é maior quando e da forma que foi. Não era meu candidato mas isso é irrelevante, trata-se de um ser humano, pai de 5 filhos no ápice da carreira. Descanse em paz Eduardo Campos...










MAIS 2 ESTADOS NO LIVRO DE BORDO: PENNSYLVANIA E WEST VIRGINIA

Youngstown (OH) - Elkins (WV) - 14 agosto de 2014


Hoje acordei com o sol batendo na minha cara (esqueci de fechar a cortina) e isso recolocou-me nos trilhos novamente. Vou continuar com meu objetivo de conhecer as tais 15 melhores rotas para motocicletas segundo a AMA, pensei com meus botões. Na realidade não seria muito difícil, afinal vim me aproximando da área não por acaso. A Route é a 170, começando em Poland e terminando em Calcutta, ambas as cidades em Ohio. O percurso é pequeno, cerca de 45 milhas e, na minha opinião (que não vale nada), não merecia estar no Ranking, já passei por estradas muito mais atraentes. De qualquer forma, se você tem olhos para enxergar, sempre vale a pena se a alma não é pequena. Os vilarejos ao longo da Route 170 e onde a rodovia é a rua principal (a Main Street) nos presenteiam com gramados imaculadamente aparados.  




Aqui e ali prédios cujas arquiteturas (sou leigo mas curto) fazem bem aos olhos. 







Galpões abandonados que fazem a festa de fotógrafos amadores. 




Um Cadillac conversível abandonado sob uma árvore e apenas no trecho final, a umas 10 milhas de Calcutta, curvas dignas de um motociclista. 





Em compensação, a continuação da viagem que me trouxe a Elkins em West Virgina, foi uma verdadeira alegria: velocidade máxima 70 milhas (o que com meus cálculos vai de 75 a 80 mph - até os "Cops" não concordarem), um baita dum estradão, asfalto perfeito e curvas como as da Vera Fischer dos bons tempos. Me esbaldei até ver um carro da polícia dando uma "dura"  num apressadinho.
Estou contando dois estados pois sai de Ohio pela US-70, que atravessa a ponta de West Virginia entrando na Pennsylvania, e em Washington peguei a US-79 que voltou a entrar em West Virginia. 




Com todas as paradas para fotos (e foram muitas) consegui chegar ao Hotel às 15:00 hs e estava preocupado pois a maioria dos hoteis está lotado. Só consegui esse por 128 obamas mas usei a bonificação que o Hotels.com acumula a cada 10 pernoites. Ele faz uma média dos 10 pernoites e abate no preço do Hotel. No meu caso foi exatamente a metade. Estou gostando do site, até agora recebí 2 bonificações e a 3a. depende de apenas duas estadias.  



MAIS UMA DAS 15 "MELHORES ROTAS" VISITADA....VALEU A PENA !

Elkis (WV) - Staunton (VA) - 15 agosto 2014

Hoje pela manhã fui arrumar a tralha na moto e tomei um susto com a temperatura. Logo que sai do prédio quase congelei, um frio brabo. Confirmei no termômetro da moto quase 13 gráus. 




Tudo bem que a moto estava na sombra, num local cercado de mata mas, por via das dúvidas, preparei-me para o frio. O tempo estava lindo, céu de brigadeiro e um solzinho que vinha bem a calhar. Café da manhã de louco: ovos mexidos, batata cozida, salsicha, linguiça, "grave" (parece vômito de pato), pão besuntado de açucar e café aguado. Só tomei o café e cai fora antes que ficasse tentados com aquelas bombas que estimulam minha arritimia. Parei num posto para abastecer e comer qualquer coisa mais cristã e bem em frente casas e prédios que despertaram meu instinto fotógrafo. 







Fotos à direita e à esquerda até que vejo a estátua de um cidadão à cavalo. 


Fui conferir e era um benfeitor da cidade, dono de uma estrada de ferro e que tinha como lema o mesmo que eu tenho: "Estudar como se fosse viver eternamente e viver como se fosse morrer amanhã". Porém com uma singela diferença, no meu caso é ESTUDAR,  no dele era TRABALHAR. Talvez por isso tenha morrido, vai saber. Melhor não facilitar, trabalhar é cacête !

A estrada de Elkis a Seneca Rocks tem pista duplicada, novinha em folha mas quando vi uma placa "OLD US-33"  abandonei-a e deixei a estrada novinha para os mais "coxas" do que eu. A aposta foi acertada, a velha e boa 33 é uma estrada para quem gosta de pilotar, cheia de curvas, com asfalto em ótimas condições e atravessa a Monongahela National Forest.  






Na chegada a Seneca Rocks é impossível não parar num empório muito louco (como se os gringos fossem normais !). A dona, uma coroa baixinha espevitada, adora contar a história do estabelecimento, e em voz alta como se estivesse discursando. O prédio tinha sido uma loja de ferragens no início do século passado e foi abandonado nos anos 60. Estava quase caindo quando ela comprou-o e manteve exatamente como era, fazendo apenas os reparos necessários para a goiaba não vir ao chão. Ela encontrou estoques antigos ainda na embalagem, até mesmo a caixa registradora é do século XIX !!!! Ela avisa logo que munição cada cliente tem direito a comprar apenas uma caixa por DIA pois, segundo ela, é o suficiente para caçar um urso, praticar tiro ao alvo ou eventuais disparos contra maridos infiéis !!!  Deve ser por isso que ela se mantém solteira (ou viúva, sei lá) até hoje.










Fiz algumas fotos e peguei a Old-33 que atravessa o vale formado pelas Appalachians de um lado e pelos Montes Alleghenies do outro.  O vale é belíssimo e os ranchos, fazendas e plantações são verdadeiros cartões postais, como é praxe nas Virginias. 





A estrada é excelente, bem sinalizada, asfalto da melhor qualidade (em que pese o  "old 33"), com muitas curvas de todos os tipos mas o ponto alto, lembrando bastante o Tail of the Dragon, é atravessar as Appalachians para chegar a Harrisonburg. Curvas em cotovelo o tempo todo, tanto na subida como nas descida. Em algumas curvas você via restos de motocicleta pendurado nas árvores (acho que neguinho bota de sacanagem). Em uma dessas curvas parei para colar o logo do Gato Cansado no guard-rail e fotografar uns pedaços de carenagem presos a uma árvore.







Valeu a pena, a estrada merece uma visita novamente, gostei. Esse negócio de "ranking" é muito relativo, como tudo na vida, depende do dia, do seu astral, da noite anterior, das promessas para a noite seguinte, enfim de todos os fatores que exacerbam seus sentidos acabando por assumir o controle de suas emoções. (desconfio que falei merda, releve pois recém acabei com o Jack Daniel's).
Para completar, chegando a Staunton, fui na HD, comprei um par de luvas novo pois o meu acabou além do parafusinho que mantém o acelerador da Helô fixado simulando um "cruiser control". É meio perigoso mas é a única maneira de me livrar da dor no trapézio do lado direito (acordo a noite quando me viro na cama) pois desconfio que é de tanto acelerar visto que a dor aparece depois de umas 2 horas pilotando.  Na verdade, sem esconder o jogo, essa porra é a velhice mesmo.....melhor idade é a pqp !