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terça-feira, 30 de junho de 2015

UM VELHOTE DE MOTO NA EUROPA - 37



RIMINI - MODENA

30 de Junho de 2015

Este foi o roteiro mais fácil de montar: qualquer estrada servia desde que passasse por Maranello. Como? O cavalheiro, ou a madame, não sabe o que tem de especial Maranello ? Sem exagerar nem um pouquinho, eu poderia dizer que em Maranello está o coração da Itália. Naquela pequena cidade se concentra a energia que é capaz de transformar um bloco de ferro no objeto mais desejado por 8 entre 10 pessoas sensatas. Sim, oito porque as outras duas já as compraram. Só para pronunciar o nome seria justo pagar uma taxa. FERRARI.......que som lindo.



Descobrir a localização do museu é o que de mais fácil existe, basta seguir as Ferraris. Isso mesmo: "Siga as Ferraris ". São dezenas de agências em torno do museu colocando modelos de todos os tipos para "test-drive". Não sei muito bem como funciona, só cheguei até a fase de ser expulso da agência. Com meu colete de motoqueiro, capacete na mão e pinta de sub-desenvolvido, nem olharam para minha cara. Retirei-me antes que chamassem a polícia, mas fiz algumas fotos antes. Uma pena, perderam uma venda !










Mas foi isso que aconteceu. Só me restou, como se fosse pouco, entrar no museu e esquecer da vida. Quinze euros muito bem investidos. Filmes mostrando Alberto Ascari, Juan Manuel Fangio, Luigi Musso e muitos outros pilotando aqueles verdadeiros foguetes, sem recursos de freio à disco, pneus com composto especial, controle de tração, telemetria e outras viadagens modernas. Tinha que ser bom de braço mesmo. Na galeria, com os pilotos da Ferrari de todos os tempos, foi com orgulho que vi o grande Chico Landi, autor da primeira vitória na história da Ferrari no Grande Premio de Bari de 1948.











Percorrendo o museu, a gente entende porque o italiano torce pelo carro e não pelo piloto, como ocorre em outros países. A gente entende um "Carabinieri" fazendo a ronda na porta de um restaurante chic, escrever no orvalho do para-brisas de uma Testa Rossa: "Ti amo".












A única equipe que participa do campeonato mundial de Formula 1 desde sua criação. Uma equipe que chegou a construir carros exclusivamente para UMA corrida. A corrida mais louca que existiu sobre a face da terra: a Mille Miglia.






Se você gosta de automobilismo não pode deixar de ler "O capacete verde" de John Cleary. Você vai entender o que era esse evento que reunia a nata do automobilismo mundial. Imperdível.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

UM VELHOTE DE MOTO NA EUROPA - 36


ROMA – RIMINI
29 de Junho de 2015


Sai de Roma tentando recuperar o dia a mais que fiquei para fotos. Para isso teria de pegar autoestradas, mas ao mesmo tempo tracei uma rota que não fosse tão insípida a ponto de dar sono.

Olhando no Guia Michelin, vi que na costa do Adriático, bem na reta de Roma, tem uma cidade chamada Giulianova e a estrada passa pelo Parque do Gran Sasso. O Gran Sasso é, como o nome diz, uma enorme rocha onde funciona uma badalada estação de inverno e onde Mussolini chegou a ficar preso em setembro de 1943 por ordem do Rei Victor Emanuelle. Ele foi libertado por ordens expressas de Hitler. O escolhido para a missão foi o Major Otto Skorzeny e seu grupo de paraquedistas. Numa operação cinematográfica, chegando em 10 silenciosos planadores e sem disparar um tiro, prenderam toda a guarnição italiana e puseram o sacana do Mussolini num teco-teco, levando-o para uma região da Itália dominada pelos nazistas. Não adiantou muito. Logo depois a guerra chegava ao final e ele e a amante, Clareta Petacci, foram fuzilados e dependurados em um poste de cabeça para baixo. Coisa de italianos.





A estrada tem um túnel passando por debaixo do Gran Sasso e foi motivo, e ainda o é, de brigas intermináveis com os ecologistas. Na época da construção, um bolsão d'água foi perfurado, inundando a galeria e matando alguns operários. Depois disso resolveram fazer um laboratório para experiências científicas debaixo do túnel (dizem que é um local onde uns tais de "raios que os partam" nunca alcançam). Mais tarde ainda ocorreu um pequeno vazamento de substância química, afetando pastos próximos. Bem, passei pelo túnel. Com cagaço, mas passei.





O tal rochedo é realmente imponente. Depois dessa epopéia, foi a visão do Adriático à frente, com suas águas muito azuis, que contrastavam com as plantações de girassóis que passaram a me acompanhar na beira da estrada. De quando em vez ruínas de uma edificação dos mouros, dos romanos, dos visigodos ou dos engenheiros brasileiros...naturalmente superfaturadas. 


























domingo, 28 de junho de 2015

UM VELHOTE DE MOTO NA EUROPA - 35



35 - ROMA

28 de Junho de 2015, 16:09

Permaneci um dia em Roma para conhecer um pouco mais a cidade. Aproveitando que era domingo, sem o trânsito louco das scooters e dos motoristas italianos, levei a Brigitte comigo. Acabei vendo e Papa e recebendo a bênção meio por acaso visto que só pretendia ir à Praça de São Pedro no dia seguinte.



Eu ia apenas olhar e fotografar o Vaticano. Acontece que tinha passeata de um movimento ecológico se dirigindo para a Praça de São Pedro, os guardas de trânsito entraram em parafuso e um deles mandou eu entrar numa contra-mão. Depois que entrei na primeira fui em frente cometendo as maiores barbaridades e quando dei por mim, estava dentro dos muros do Vaticano. Por onde passei não sei, mas essa é a verdade.







Coloquei a Brigitte estacionada junto com algumas motos da polícia e fui a pé, engolfado pela passeata que tinha um boneco que era a cara do Hugo Chavez. Assisti à fala do Papa, orei junto com o povo e todos recebemos a benção do Papa Francisco. Foi muito bom.








Saindo dali, um almoço bem sem vergonha. Italiano não sabe fazer massa. Peça qualquer coisa menos pizza e massa. De barriga cheia, a sessão de fotos continuou. Busquei ângulos diferentes e acho que consegui alguns interessantes. Estou começando a gostar desse negócio de fotografia.