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terça-feira, 19 de julho de 2016

CANADA E ALASKA DE MOTO - 18



VANDERHOOF (ab) – DEASE LAKE (bc) 

19 julho 2016 

Ontem (18 de julho), após nosso encontro em Prince George e da troca de pneu traseiro da Helô, resolvemos sair da cidade e procurar hotéis mais econômicos à altura de nosso orçamento. Com isso viemos para Venderhoof, uma pequena cidade onde encontramos um hotel razoável, com uma localização decisiva: em cima de uma Liquor Store. 

Hoje cedo, café da manhã no Tim Hortons mas logo na entrada um Lincoln 1974, lindo, à venda. Claro que entramos em parafuso, fotos em profusão e um tour ao redor daquela maravilhosa banheira. O dono da goiaba, ao sair parou em nossa mesa e batemos um papo rápido. O carro tem 60 mil milhas originais, placa de colecionador e esta à venda por 4.000 dólares. A tentação é enorme, ainda mais com um porta-malas com espaço para colocar a Helô e a Juanita. Mais um para comprar quando ficar velho, pensei eu.... 

Deixamos o Lincoln para trás, com dor no coração, e demos início aos trabalhos. A 37 nos esperava acenado-nos com a Alaska Highway, que nos parecia uma boa ideia. 

Começando por cruzar o Swan Lake Provincial Park a 37 ajudava-nos a passar o tempo exibindo belas paisagnes mas ao mesmo tempo exigindo atenção na pilotagem. Apesar do bom asfalto e sinalização, permitindo velocidades de cruzeiro de 100 a 110 Km, tem um grande quantidade de pontes metálicas estreitas com piso de madeira onde a passagem é permitida apenas para um veículo. São bem sinalizadas, com visibilidade que permite ver os veículos em sentido contrário e determinar aquele que tem prioridade. Bem, isso desde que não sejam as grandes carretas pois estas, pilotadas por alucinados que parecem disputar um campeonato de demolição de pontes, cruzam-na da forma como vem. O pior é que alguns proprietários de moto-homes parecem aderir alegremente a esse “campeonato”. 

A 37 continua cruzando vários parques provinciais, alguns com pontes de piso metálico que são o terror dos motociclistas mas, em compensação, uma vegetação com flores coloridas cobre suas margens e algumas liberando um perfume que nos acompanha por quilômetros. Muito bom. 

Seguiamos assim,com Juanita e Helô bailando com classe e elegância até que Filipec parou de repente. Eu estava mais à frente e parei quando percebi. Quando ele chegou disse-me que viu um urso preto à beira da estrada, chegou a filma-lo mas ele, deseducadamente, virou as costas e foi embora. 

Alguns quilômetros mais à frente, outro urso. Agora eu vi e também parei. Bem devagar chegamos a cerca de 10 metros do cidadão. Motos ligadas, mão no acelerador, eu não conseguia pegar a câmera mas Filipec filmava o urso que nos olhava como quem avalia um menu. Quando o Filipe iniciou uma conversa com o urso para distrai-lo o sacana embrenhou-se pelo mato parecendo resmungar: “- brasileiros, carne de segunda e super-faturada. e o dono do frigorífico é filho do Lula.” 

Nossa cotação está baixa mesmo moçada. Nem o urso ! 

Em Kitwanga encontramos a Alaska Higway, próximo à milha 1.000. Pensamos ter mais movimento mas as distancias entre um posto de gasolina e outro lembram muito as estradas da Patagônia, desertas. Em alguns trechos um tal de “loose gravel” cobre pequenos remendos provisórios, de 5 a 10 m de extensão, com uma sinalização precária......o que causava sustos nos pilotos e reboladas das meninas. 

Um pouco mais à frente, a inevitável chuvinha (desconfio de uma nuvem que me acompanha desde Toronto) obrigou-nos a colocar a roupa de chuva e rumar para a cidade de Dease Lake onde existiriam hotéis e gasolina. Na chegada uma surpresa, não era uma cidade mas algumas poucas casas ao longo de menos de 500 metros. O posto de gasolina já estava fechado e o único hotel lotado (ocupado pelos peões da empresa que faz a manutenção da estrada). Nossas opções: ou retroceder 100 Km ou avançar 300 no escuro, isto é sem saber se haveria acomodação. Depois de pilotar por 900 (NOVECENTOS) quilômetros, enfrentando ursos, carretas alucinadas, pontes estreitas, “gravel loose”, chuva e uma temperatura caindo a cada hora, dormir na rua nem mesmo um político brasileiro mereceria, pensei (um pouco em dúvida, confesso). E a gerente do hotel também pensou da mesma forma. Enquanto tentávamos descobrir uma garagem, boleia de um caminhão ou algo similar ela chamou-nos de volta e disse que dois motociclistas, que tinham uma reserva, não apareceram até aquela hora (22 h) e que poderíamos, se quiséssemos, ficar com a reserva. Apenas um pequeno problema, somente uma cama de casal king size....................... 

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO (amanhã ou depois ou sei lá quando)



















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