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quinta-feira, 7 de julho de 2016

CANADA E ALASKA DE MOTO - 9



NIAGARA FALLS (Ontario) - ETOBICOKE (Ontario) – MCKERROW (Ontario)




6 e 7 julho 2016-07-07



Ontem o dia foi tão atribulado e prazeroso que, por uma questão de prioridade, resolvi não escrever e dedicar-me a solucionar um problema urgente: performance da Helô; além de curtir o encontro com pessoas queridas: Raphael Pieroni e Amalia. 

Aproveitando a dica do Carl Norberto Oliveira sobre a HD de Niagara-on-the-lake, descobri o endereço e o horário de atendimento deles. Acordei bem cedo, arrumei a bagagem, engoli um resto de pizza gelada empurrada por um copo de chá gelado e parti para o Dealer. Embora a oficina abrisse à 9 a loja abria uma hora mais cedo. Cheguei às 8 em ponto, ao mesmo tempo que a gerente de Atendimento, a Carol. Expliquei que não tinha feito agendamento e que estava no meio de uma viagem. Um dos mecânicos, o Claude, estava também chegando e ela conversou com ele que também simpatizou pelo meu caso. Bem, isso até começarmos a conversar. Foi a primeira vez, em toda minha vida, que vi alguém (além de meus professores, lógico) perder a paciência com meu inglês. Ele não entendia quase nada  ficava olhando para o céu e resmungando: “-Mon Dieu, Mon Dieu !”. A Carol, que entendia tudo, passou a fazer o meio de campo e a coisa começou a funcionar. Ele levou a moto para dentro da oficina e disse que não tinha barulho de corrente esticada. Eu teimei, através da Carol, ele acabou tirando a janela de inspeção da caixa da primária. Quando ele tocou a parte superior da corrente arregalou os olhos e soltou outro “Mon Dieu”. Resumindo, o mecanismo de regulagem automática colocado no Colorado travou numa posição que deixou a corrente muito tensa. Trabalho pela frente, drenar óleo, tirar tampa da primária, etc.... Já as válvulas ele acha que o som esta normal, eu ainda acho que bate um pouco mas prefiro os tuchos mais folgados do que mais apertados, além disso com a temperatura que está fazendo é normal baixar o grau de viscosidade do óleo aumentando o som dos tuchos. Trocamos também as pastilhas do freio traseiro que foram para o vinagre, afinal são 3 anos de Rabo do Dragão e ele deu um trato no cabo do acelerador, limpando-o e lubrificando-o o que tornou o funcionamento bem mais suave. 





Sai de lá com a Helô parecendo outra moto. Ou melhor, voltando a ser a Helô das nossas grandes aventuras. Sumiram os barulhos e a pilotagem ficou bem mais gostosa com o acelerador suave. Aproveitei pata fazer algumas fotos ao longo da estrada sempre que conseguia algum local para estacionar, o que é muito raro.



Parti então para a casa do Raphael, um dos componentes da família que é uma lenda no meio dos jipeiros: Os Pieroni..... Meus amigos, conheci essa turma por volta do ano 2000 em um passeio de Jipes em São Paulo. Nos adotamos mutuamente, o Henrique adora jipes, motos e trabalha na área de informática, a Helena, sua esposa, pilota a Camper, ou a Bonanza, ou a outra Camper, ou a Veraneio......(o cara é um acumulador de encrencas).......mas voltando, ela pilota ainda melhor do que ele. Raphael, Amanda e Luigi não ficam atrás. Todos curtem 4 X 4, motos e grandes viagens. O Rapha e a Amália, sua esposa, decidiram imigrar para o Canada, correram atrás e há dois anos estão estabelecidos aqui, ambos trabalhando na área de informática, ele como gerente de TI e ela programadora. 

Como a cidade não tem estacionamentos, parei num posto de gasolina próximo à casa deles, esperando chegarem do trabalho. Uns 20 minutos depois o momento mais emocionante para quem esta longe de casa, o encontro com duas pessoas que, naquele momento, representam todos os que deixamos para trás no início desta jornada. É como se fossem uma ponte que nos transporta a todos vocês. Foi muito bom, uma pena que meu tempo está escoando (não pensem asneiras seus sacanas, é o tempo do visto canadense !). De qualquer forma peguei uma sandália e uma bermuda do Rapha e fomos passear no parque em frente ao condomínio em que moram. 









Mais tarde ligamos para a Helena e para o Henrique, que devem vir no final de agosto. Aproveitei para combinar com o Henrique a compra de um 4 X 4 bem velho para a gente ir ao Alaska. Claro que ele topou na hora.

Hoje pela manhã, o momento doído das despedidas, segui o Rapha até a saída da cidade, a emoção foi tão grande que errei o caminho mas um artista não se impressiona com facilidade e acabamos (eu o GPS e a Helô) No caminho certo.....assim espero.

Passei por Barrie e planejava parar em Sudbury mas como eu estava bem e a Helô soberba, resolvi fazer um esforço e ir até Sault Ste Marie. Parei em Española para almoçar o mais terrível bife de fígado que já vi (só descobri o que era ao final) . Montei na Helô e após rodar uns 10 Km uma tremenda fila de carros. Um conserto em uma ponte obrigou-me, debaixo de um sol canicular, ficar por 2 horas parado. Todo mundo nos carros com ar condicionado e eu debaixo do sol. Uma senhora, que estava 2 carros à minha frente, trouxe-me uma garrafa de água mineral que foi a salvação da lavoura. Mais uma que entra na relação dos anjos que, inesperadamente, aparecem na minha vida. Acredite quem quiser.




Quando conseguimos passar do trecho interditado, resolvi parar num Motel pois o desgaste pelo sol foi muito grande. 

Vou dormir e amanhã volto cedo para a estrada. Ainda tenho 2.950 Km para engolir até Calgary...

Abraços e beijos....

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